Pesquisador sugere uso compartilhado entre águas subterrâneas e superficiais
- Caroline Cardoso e Natália Moraes
- 23 de mar. de 2015
- 1 min de leitura
Edição: Adrielle Santana e Amanda Bogo

Mesmo fora do período de estiagem, o sistema de fornecimento público opera no limite, segundo o geólogo e professor do Instituto de Geociências da USP (Universidade de São Paulo) Ricardo Hirata. Por causa da grande demanda pela população, o ideal seria uso compartilhado entre as águas superficiais, como rios e lagos, e os aquíferos, que são reservas de águas subterrâneas. O assunto foi tema de palestra no 1º Simpósio de Águas Subterrâneas.
Conforme o pesquisador, em períodos de crise, a porcentagem do abastecimento com água subterrânea aumenta significativamente. Ele analisou a situação de São Paulo, onde 14% do abastecimento vem das águas subterrâneas.
“Embora não seja um grande número, é considerável quando você não tem recurso hídrico a oferecer”, destacou. Hoje, 52% dos municípios brasileiros utilizam essa fonte de abastecimento.
Para a utilização da água superficial, o ideal é o período esteja úmido, segundo o geólogo. Dessa forma, o excesso pode ser infiltrado após tratamento ou recarregado ao aquífero. No período seco, a água subterrânea pode ser retirada do armazenamento para uso.
Apesar dos pontos positivos, deve-se utilizar o recurso com planejamento. Segundo Hirata, os governos brasileiros foram surpreendidos pela crise hídrica por não terem um plano de contingência. Além disso, problemas como exceder a capacidade de um aquífero e contaminação são recorrentes.
“Em contraste com as águas superficiais, as subterrâneas necessitam do apoio do usuário, se não houver uma discussão séria, esse sistema não vai funcionar”, finaliza.
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