Saiba por que é importante falar sobre águas subterrâneas
- Brenda Cirino e Tatyane Cance
- 23 de mar. de 2015
- 2 min de leitura
Revisão: André Moura Com o crescimento das cidades e aumento da demanda por água, tanto em ambiente urbano quanto rural, problemas de manutenção da qualidade e da quantidade desse recurso, tanto a nível superficial quanto subterrâneo, tendem a se agravar. No Brasil, a questão envolve a superexploração, impermeabilização do solo e poluição. O tema será debatido entre pesquisadores, autoridades e entidades durante o 1º Simpósio de Águas Subterrâneas, que começa neste domingo (22), em Campo Grande.
Neste contexto, é importante lembrar que tudo o que afeta as águas subterrâneas pode também atingir o recurso na superfície, já há relação entre ambos.
Segundo informações do Ministério do Meio Ambiente, quando a extração de água ultrapassa o volume infiltrado, pode afetar o escoamento básico dos rios, secar nascentes, influenciar os níveis mínimos dos reservatórios, provocar afundamento nos terrenos, induzir o deslocamento de água contaminada, salinizar, provocar impactos negativos na biodiversidade e até mesmo a exaurir completamente o aquífero.
O que é um aquífero? - As águas subterrâneas são aquelas que se encontram sob a superfície da terra, preenchendo os espaços vazios existentes entre os grãos do solo, rochas e fissuras (rachaduras, quebras, descontinuidades e espaços vazios).
Ainda conforme o Ministério, as rochas saturadas que permitem a circulação, armazenamento e extração de água são chamadas de aquíferos. Elas possuem a capacidade de armazenar grande quantidade do líquido. A maioria deles são constantemente reabastecidos. A recarga natural depende da quantidade de chuva e do equilíbrio que se estabelece entre a infiltração, escoamento e evaporação. Sendo assim, a cobertura vegetal é uma das condições que têm papel fundamental na recarga dos aquíferos.
Com a crescente degradação da qualidade das águas superficiais, as águas subterrâneas tendem a assumir uma posição de maior importância.
Recursos hídricos - Setenta por cento da superfície da terra está coberta por água. Desse volume total, 2,5% é doce, mas dessa quantia, 68,9% formam as calotas polares, geleiras e neves eternas (que cobrem os cumes das montanhas); 0,9% correspondem à umidade do solo e pântanos; 0,3% aos rios e lagos e os 29,9% restantes são águas subterrâneas.
Esse recurso não é distribuído uniformemente pelo globo. O Brasil é um dos países com maior disponibilidade hídrica (13,8%). Porém, sua grande extensão terrestre possibilita que regiões tenham água em abundancia, como na Amazônia, e escassez em estados do Nordeste, como Pernambuco e Sergipe.
Conforme o Ministério do Meio Ambiente, o país todo possui uma reserva de águas subterrâneas estimada em cerca de 112.000 km³ em profundidades de até 1000 metros, com um volume de reabastecimento (recarga) de 3.500 km³ anuais.
Há regiões com grande disponibilidade hídrica subterrânea, como aquelas abrangidas pelo Aquífero Guarani e regiões sedimentares em geral, e outras pobres, como aquelas de ocorrência das rochas cristalinas no semiárido brasileiro.
SERVIÇO
O 1º Simpósio de Águas Subterrâneas de Mato Grosso do Sul é realizado entre os dias 22 e 24 de março, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, localizado na Av. Waldir dos Santos Pereira, no Parque dos Poderes, em Campo Grande. Mais informações pelo telefone (67) 3345-7492 ou pelo e-mail lasac.ufms@gmail.com.
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