Situação da água no Brasil é marcada por nuances
- André Moura e Renata Brum
- 24 de mar. de 2015
- 2 min de leitura

Em um país marcado por contrastes no tocante à disponibilidade hídrica, Mato Grosso do Sul tem potencial para ter uma gestão sustentável do recurso. O professor doutor João Manoel Filho abordou o tema em sua palestra no 1º Simpósio de Águas Subterrâneas e destacou a preocupação histórica com a água e a situação brasileira.
Graduado em geologia pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), mestre e doutor em geociência pela USP (Universidade de São Paulo), o pesquisador tem larga experiência em gestão e modelagem de aquíferos. Ele apresentou estudos e situações que envolvem a crise da água que atinge várias partes do globo..
No Brasil, por exemplo, as nuances ficam claras ao se observar as diferenças entre as regiões. Na Amazônia, onde há abundância de recursos hídricos, a população sofre com falhas no saneamento básico. “Por séculos, a população carente é vítima da falta ou excesso de água, através da fome nas secas ou afogamentos nas enchentes”, afirmou.
Manoel Filho acredita que o uso dos recursos hídricos, que está em pauta na mídia e em discussões na sociedade, será sustentável e descentralizado no futuro. “A tendência deverá ser a de envolver as pessoas, de reduzir os índices de marginalidade, de integrar para acabar com a miséria que a falta de água provoca”.
Para o geólogo, a expansão da revolução industrial foi um dos fatores que ocasionaram o impacto ambiental que refletiu na falta de água. O surgimento das grandes cidades, tecnologia, globalização e o aumento da população geraram a preocupação com o recurso renovável.
“Os países têm que fazer o seu desenvolvimento econômico, mas pensando no meio ambiente. Se nós crescermos de forma desordenada, imagina daqui a 50 anos, se nós tivermos com 12 bilhões de pessoas, talvez não haja mais recursos”, afirma.
Manoel Filho sustenta que o problema deve envolver todos os setores da sociedade.
“É preciso repensar em tornar acessível a disponibilidade de água para todos de forma igual. A oferta da água deve ser orientada e profissionalizada, tem que existir capacitação e educação na forma de cuidar, tratar e consumir a água. Além de abraçar a sociedade na causa como consumidores e principais dependentes do recurso mais importante para a sobrevivência no mundo, a água”, conclui.
SERVIÇO O 1º Simpósio de Águas Subterrâneas de Mato Grosso do Sul é realizado entre os dias 22 e 24 de março, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, localizado na Av. Waldir dos Santos Pereira, no Parque dos Poderes, em Campo Grande. Mais informações pelo telefone (67) 3345-7492 ou pelo e-mail lasac.ufms@gmail.com.
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